quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Como as pessoas (especificamente os homens) conseguem nos decepcionar tanto?

Quando me casei pela ultima vez, em agosto de 2012 (ja foram 2 casamentos...) eu achei que tudo seria diferente, porque meu namorado estava fazendo uma "coisa tão maravilhosa" por mim, coisa que ninguém nunca tinha feito antes e aquelas coisinhas de mulheres apaixonadas... Que fui me entregando por inteiro sem pensar em nada. A grande "coisa maravilhosa" que ele estava fazendo era deixar a cidade onde ele morava e tinha sua maravilhosa vida profissional de Personal Trainer de 2 mil reais por mês, a mãe com quem ele morava ainda (já perto dos 30 e morando com mamãe...?) e o filho que morava com a ex namorada dele e que ele via mais ou menos a cada 15 dias. Claro que ele tinha os amigos dele, que de toooodos só 1 veio nos visitar em 4 anos, mas claro que são todos amigos leais e extremamente grudados, o que falta é tempo né minha gente? e com a crise então... impossível visitar um amigo em outro estado, enfim.
Com essa "coisa maravilhosa" que foi a vinda dele, desempregado e com uns 2 mil no bolso pra iniciar uma nova vida comigo,  eu tive de segurar as pontas durante os primeiros meses. Eu era esposa! coisa que qualquer esposa ou esposo, ou qualquer namorado, ou até qualquer amigo faria para o outro! Pelo menos esse é o MEU pensamento sobre casais: partilhar quando se é necessário partilhar. Pois eu arrumei outro emprego, que me custou todos os horários da minha vida naquele momento: eu não treinava mais, não malhava mais, não saía com meus amigos mais. Mas conseguia manter financeiramente aquela nova família que estava surgindo. Meu marido na época, disse que assim que arrumasse um emprego começaria a me ajudar, e à medida que esse emprego lhe fosse rendendo mais,  ele ajudaria mais. Muito justo, claro! Mas não foi totalmente assim não... Ele foi crescendo profissionalmente, durante esses 4 anos, ao ponto de ter se tornado um dos melhores profissionais da sua área na cidade! Encantou a clientela, não tinha mais horários disponíveis! Se tornou um sucesso! E eu... eu continuava na minha jornada dupla, continuava sem tempo, continuava sem amigos. Mas ele dividia as despesas comigo sim! Só que as despesas foram naturalmente aumentando... apartamento maior, bairro nobre, carro zero, empregada 3x na semana, viagens internacionais. Tudo somado e dividido a 2, matemática pura e simples, e eu trabalhando até 18 horas por dia.
Claro que eu fui me tornando outra pessoa... chegava em casa tão cansada que deitava e apagava, pra acordar as 4h no outro dia pra entrar no meu primeiro turno. Não tinha energia pra sair nem nos finais de semana, nos quais eu só conseguia dormir e vida social eu nem sabia mais o que era. Não deu outra: ele me traiu em maio de 2014. Mas não foi o simples fato de ter me traído não... homens fazem isso o tempo todo, não é caro leitor do sexo masculino? Mas foi o fato de como tudo aconteceu, de como ele articulou meticulosamente a mentira e a viagem para que a traição ocorresse, como ele envolveu a família dele lá da cidade dele, os amigos lá da cidade dele e a filha de uma p*t@ da única mulher com que eu tinha ciúmes dele, e que ainda fez favor de escrever tudo num blog, assim como vos escrevo agora. Mas essa história toda fica pra uma próxima, ok?
Vamos seguir com o decepcionar... Eu descobri tudo, ele ficou desesperado (não assumiu a traição até hoje, mas nunca teve argumentos contra meus fatos...) pediu perdão e tudo e a trouxa aqui fez o que? Adivinha....! Ah, mas nossa história era tão linda né? Jogar tudo pro alto assim de repente?
Pois continuemos com o casamento! Foi o que fiz. Continuamos nossas vidas igualzinho, alias, agora eu de uma forma mais que justificável não confiava mais nele. Mas eu nunca fui a psicopata do celular ou do facebook logado no computador.... digamos só um pouquinho, coisa normal de mulher, pois se não tivesse sido assim nunca teria descoberto a traição dele. Mas agora eu tentava jogar limpo: eu pedia a senha do celular, mas ele não me dava... Eu pedia pra ele me mandar a localização de onde estava, mas ele não mandava... Eu ligava do FaceTime, ele não me atendia... Mas agora o leitor deve estar se perguntando: "nossa, mulher maluca, quer vigiar o marido o tempo todo!". Só que não era o tempo todo não leitor, era só quando ele viajava (tipo 1 vez a cada 30 dias pra jogar rugby e passava o final de semana todo em alojamentos mistos, que misturavam o time masculino com o feminino), ou quando ele saía pra beber com os amigos umas 2x na semana e também todos os sábados e voltava sempre bêbado e cheirando cigarro (ele não fuma, viu?), ou quando ele saía sem me dar satisfação mesmo, porque ele é de aquário e não se pode tirar a liberdade de um aquariano. Já viram a merda né? Uma pessoa ansiosa passar por tudo isso???
Todo esse estresse me deixou doente, em fevereiro de 2016. Resultado: 35 dias de cama, com sintomas variados, mas uma coisa certa: crise forte de depressão e síndrome do pânico, uma ou outra crisezinha. Pensei em me matar uma ou outra vez, mas as coisas foram se organizando quando fui recebendo tratamentos que realmente começaram a fazer efeito, uma vez que não foi só (como se só fosse uma coisa boa aqui) a depressão e a síndrome do pânico, tinha uma doença física por traz disso e enfim, fui melhorando.
Ele, sim, permaneceu comigo, e sou imensamente grata por isso, ficou do meu lado e me ajudou as vezes, meio sem saber o que fazer, mas ficou num momento que eu pensei que ele não fosse ficar, mas não ficou por muito tempo...
Com minha doença, fiquei uns 40 dias sem trabalhar, e sem carteira assinada nesse maravilhoso mundo da veterinária (onde só se ganha pelo que se produz), fiquei 40 dias sem salário. Ah! esse aqui, até que enfim, é o ápice da minha história! Meu apogeu galopante! O cume tão aguardado! Eu me afoguei em dividas... muuuuitas dividas, que ficaram até maiores pelo tanto de remédios e tratamentos que eu tinha de pagar. Eu então ficava mais ansiosa ainda, e me afundava mais ainda na escura depressão porque eu não podia trabalhar... Ué, mas você não tinha um marido? Um companheiro? Que ficou do seu lado nesses dias tristes e vazios? Sim, ficou... mas quando a coisa dói no bolso, é que o brasileiro sente a bacada né? Pedi dinheiro emprestado pra ele. Ele disse que não poderia me arrumar.        ....
Ok, um profissional liberal que ganha seus 12mil em media por mês, não tinha como ir no banco e pedir um empréstimo pessoal para o gerente? banco ruim esse, né?
Enfim, tive que voltar a trabalhar antes de ter me recuperado 100%, coisa que até hoje estou longe te ter recuperado, e isso com certeza influenciou negativamente no meu trabalho. Mas tive que dar meu sangue, tive que me desdobrar, tive que me virar pra conseguir ir colocando as coisas no lugar. Mas continuei triste né... ansiosa.... essas coisas não somem de uma hora pra outra.
E há cerca de uns 20 dias meu marido me deixou. Eu o cobrava demais e ele estava ficando triste em me ver triste (ah! já disse isso antes!) e assim foi meu natal e ano novo sozinha.
Mas isso foi o "decepcionar" tanto do titulo? Relacionamentos vão e vem a todo instante!
Não ilustríssimo leitor, não foi o rompimento. Foi o que acabei de ouvir dele.
Minha psicologa havia me dito pra falar pra ele tudo o que havia me magoado no nosso relacionamento, e agora a pouco havia falado pra ele o quanto fiquei triste quando pedi dinheiro emprestado durante minha doença, que achava que um marido tinha a obrigação de ajudar a esposa num momento difícil daquele, que era uma coisa que eu nem precisaria pedir, né? E ao invés de "desculpas, realmente eu errei naquela época, podia ter me virado e arrumado o dinheiro pra você, pra que você não precisasse voltar a trabalhar ainda doente etc", sabe o que eu tive como resposta: abre aspas mesmo "sobre isso, já conversei com casais e os mesmos falaram que eu fiz certo. Até porque você estaria assumindo dívida em cima de dívida. E eu não me senti confortável em solicitar esse empréstimo. Porque poderia acontecer varias outras coisas [aqui eu me pergunto: tipo eu morrer e não  cumprir com o pagamento? seria isso?]. Enfim, seria normal você entender eu negar isso a você" - fecha as aspas. Só pra enfatizar: eu não tive um resfriado ou uma virose qualquer. Fiquei invalida. Não conseguia sair no sol (fotofobia), não conseguia levantar da cama (minha cabeça explodia), eu mal falava (os remédios causavam vasoconstrição no meu cérebro) etc.
Tirem suas conclusões por si próprios, mas eu, depois que ouvi isso dessa criatura, não permito que ela nem sequer coloque os pés na minha casa mais, casa esta que quando ele chegou já era um lar pronto e edificado, ele só preencheu o guarda-roupas com as coisas dele, ocupou o lado direito da minha cama e ponto final.

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Primeirinha de 2017

Olha eu aqui de novo! muitas coisas aconteceram esses dias! dentre elas dormi bastante, fiquei oscilando entre meu quarto e o escritório no quarto ao lado, e tive novamente aqueles pensamentos ruins que vem me assombrar e insistir pra que eu dê logo um jeito nisso tudo.
Quanto ao meu Reveillon, uma amiga daquele grupo de amigos me chamou para a festa! E foi ótima! de verdade! Até bebi uma taça de Champagne com um morango dentro, achei o máximo, mas nada em excesso pra não atrapalhar no efeito dos meus medicamentos. Não que isso me incomode, imagina! Mas é porque realmente eu não estava a fim de beber mesmo e ponto.
E não é que recebi uma mensagem de meu ex marido? Sim, desejando um ano de 2017 muito melhor Alinne. Com mais saúde, paz, felicidade, dinheiro. E um feliz ano novo, claro. Minha evolução espiritual nessa hora? Consegui ignorar completamente... olhei pra mensagem, como se ela fosse um Match mal feito no Tinder e simplesmente não respondi. Ah, e continuo sem um único cafezinho arrumado pelo Tinder também. Muito menos um novo marido.

sábado, 31 de dezembro de 2016

Meu primeiro post: Sorrisos enganam...



Como fica fácil, com o passar dos anos, sorrir de maneira natural, falsamente é claro, quando na verdade você gostaria de deitar a cabeça no ombro do Cabelereiro que escova seu cabelo agora, e lhe contar toda a angústia que toma conta do seu peito nesse exato momento. Isso porque ele acaba de me perguntar como eu quero minha escova, e se eu quero aquele cabelo de diva que eu sempre peço, pra arrasar nas festas, sem ele saber, claro, que não tenho nada ainda confirmado pro Réveillon que é daqui a 8 horas e pouco... ele também não sabe que há 3 semanas meu marido me deixou (com a justificativa de que eu cobrava muito dele, e que ele também estava ficando triste em me ver triste... mas isso é assunto para a próxima história, enfim...) e muito menos que há uns 5 dias criei uma conta no Tinder, mas que não consegui nem sair pra um cafezinho com ninguém até agora... (minha verdadeira intensão seria arrumar um novo marido, mas, deixa pra lá... outra história também...). Ainda nem eu sei também se isso aqui vai ser um blog mais com cara de piada, tentando zombar da minha própria desgraça, ou se vai ser uma coisa mais pra séria mesmo, com deprê e tudo mais, sem disfarçar a todo instante o que eu estou sentindo de verdade, pra ser um pouco diferente do que eu sou o tempo todo: Uma farsa.
Pois é, você aí que parou pra ler isso aqui: fica o primeiro spoiler do meu blog: EU SOU UMA FARSA! Mas deixa eu te explicar logo, antes que você pare de ler, procure outro blog porque tava achando que aqui ia só te explicar tim-tim por tim-tim o que é depressão, ansiedade, síndrome do pânico e afins, e eu acabo sendo uma negação total em número de leitores antes mesmo de começar. Não que eu não vá dizer o que uma pessoa com tudo isso aí sente, vou dizer sim, mas preciso esclarecer primeiro sobre a farsa: tenho tudo isso, mas "disfarço" muito bem, pra não ser taxada de louca pela sociedade. Isso mesmo! Quem tem 1 ou até todos esses transtornos (nome técnico médico-científico dessas coisas) sempre (sempre não que é dicotômico, segundo minha Psicóloga), na "maioria das vezes", é maluco, pirado, abitolado, não fala coisa com coisa etc etc, segundo a sociedade aí. Então, eu sorrio!!! Sorrio muito, tento ser simpática e qualquer outro adjetivo doce, que não me vem na cabeça agora, quando na verdade ou gostaria de estar chorando, xingando, bravejando, gritando, me descabelando ou qualquer outro "ando" no sentido negativo. Não que eu não grite, chore ou xingue, mas evito isso ao máximo, mesmo quando estou sentindo que minha alma já se despregou do meu corpo e está ali, há 1 metro de mim e dando tchauzinho, e eu estou aqui, vendo ela ir embora e só com uma cara de, digamos, paisagem, tentando não começar a soluçar de prantos engasgados, na frente de um cliente por exemplo. Acha que é fácil? Não é não, caro leitor, mas meus 31... (ok, aqui vou tentar não ser uma fraude 100%), meus 36 anos de pratica no disfarce de sentimentos ruins, me deixaram super craque, uma atriz digna de um globo de ouro, ou quem sabe um Oscar, na arte de interpretar ser uma pessoa normal e simpática, e não o demônio ansioso e deprimido que sou na verdade. 

Então, voltemos ao Réveillon, já que as farsas já foram esclarecidas. Pois é, eu havia combinado com meus amigos, que também são amigos do meu ex, de passarmos a virada na casa do Japa, meu colega de trabalho, que também é aluno de Personal do meu marido (ex...) e portanto, somos todos amigos em comum ... e ahrg! Vocês já entenderam né??? Enfim! Meus amigos não tocaram mais no assunto da festa comigo desde que fui abandonada, mas ainda estou com esperança de ser chamada de última hora, pra ir nessa festinha... Eu também sei que meu ex não vai, pois o bonito ontem só me mandou uma mensagem dizendo que estava indo viajar, meu coração quase que explodiu na hora (eu ainda o amo muito), mas consegui responder ao recado (uma mensagem no wattsapp) dizendo apenas "ok, boa viagem". Pausa pra explicação para os leigos: você que não sofre de ansiedade deve estar se perguntando: "nossa, mas que tempestade em copo d'agua só por causa do ex ir viajar???". Dai peço ajuda a você, leitor ansioso, me ajude a fazer esses seres livres de transtornos, a entenderem que isso pra nós é a morte!!! É o fim dos tempos!!! Ao mesmo tempo que foi uma vitória triunfante sobre meus dedos sedentos por escrever textos infinitos de interrogatórios sem fim, sobre o motivo da viagem, com que amigos, pra onde, quando volta, se volta, se irá passar o Réveillon lá nessa viagem, se estamos mesmo separadora etc etc e etc!!!! Como nós, transtornados, fazemos pra suportar a terrível notícia de que não vou mais vê-lo como eu havia planejado! Que não vou mais ter a chance de ir falar com ele e ele enfim perceber que estava errado em me deixar e que não mais iria embora pra sempre e que continuaremos juntos pela eternidade afora... Como vocês acham que eu estou sobrevivendo? - e a prova disso é que cá estou escrevendo esse texto sentada numa cadeira de um shopping, aguardando ansiosamente (ansiosamente - isso será um clichê aqui, outro spoiler) pela confirmação do convite pra festa, que até agora não recebi - e como acham que estou me sentindo agora??? Coração tá apertado viu, um nó indescritível na garganta e sinais de minha gastrite nervosa já tomando conta do meu estômago e esôfago, além da taquicardia e das palpitações, estou aqui firme e forte, sorrindo para o Cabelereiro, para o segurança do shopping, passeando, olhando as vitrines e fingindo achar tudo muito interessante, quando na verdade só queria morrer pra não ter que enfrentar minhas próximas horas na angústia do esperar, e esperar sozinha, a virada do ano novo. E que venha 2017 de muitos sorrisos no rosto!!!